Portugal, por Toyze |
A velha 'esquerda' aburguesada e instalada no sistema não pode viver sem especulação financeira
Could it be that some of the forces behind the bank of central banks are starting to realize just how close to the precipice the world truly is and are now actively cautioning their private sector peers to step back from the ledge or everyone gets it?
If so, and here is a chance this is true, we expect to see one of the most epic public-private sector conflicts in financial history, because in a world rapidly devoid of collateral and quality assets against which to margin and build leveraged operations, without rehypothecation the ability to generate mindnumbing bonuses for the banker superclass becomes null and void.
ZeroHedge, 29/5/2013
Uma das mais extraordinárias ironias dos tempos que correm é serem as 'esquerdas' (social-democratas, comunistas, verdes e a extrema-esquerda em geral) beneficiárias líquidas das formas mais complexas e perigosas de especulação financeira até hoje inventadas. As 'esquerdas', ao exigirem dinheiro sem cuidar de saber o que é e de onde vem pressionam os governos a fazerem duas coisas: endividarem-se numa lógica perpétua, e induzirem o sistema financeiro a inventar liquidez seja como for.
Uma das maneiras de gerar liquidez virtual é multiplicar teoricamente a massa monetária, escrevendo algures que ela existe. A outra é impor a destruição das taxas de juro, provocando deste modo uma desvalorização instantânea do dinheiro, ou seja, um assalto às poupanças de quem quer que tenha poupado, e a depreciação concomitante dos rendimentos, quer do capital, quer sobretudo do trabalho. É por esta razão que os administradores dos grandes grupos económicos, das empresas públicas, deputados, juízes, e a malta dos partidos em geral, exigem para si aumentos extraordinários de rendimentos, mais ou menos dissimulados, nos momentos em que impõem austeridade salarial, usurpação fiscal e cortes nas pensões a 99% da população.
No passado mês de maio o BIS explicou aos bancos centrais, nomeadamente da Europa, Reino Unido, Japão e China, que estes já ultrapassaram ou estão perto de atingir o momento de implosão desta espiral especulativa suicida. E assim sendo, das duas uma, ou param de rehipotecar ativos decrescentes em nome da criação de dinheiro virtual, ou haverá uma reação em cadeia muito negativa no sistema financeiro mundial. Pode começar em Lisboa, em Washington, Londres, ou Xangai. Tanto faz. Ninguém pode prever onde será o epicentro do próximo grande abalo sistémico do Capitalismo. Mas cresce a convicção de que, desta vez, a crise varrerá do mapa bancos, grupos económicos e países inteiros. O Bank for International Settlements está assustado e transmitiu as suas preocupações aos banqueiros centrais, dando-as a conhecer também publicamente no relatório “Asset encumbrance, financial reform and the demand for collateral assets”.
Álvaro, o resistente, e a nova revolução económica e cultural
Ferrovia: Governo quer lançar concurso para bitola europeia no início do próximo ano (Cargo news, 11/7/2013)Esperemos que o ainda ministro da economia do governo Passos Coelho consiga finalmente recuperar e por em marcha a linha de bitola europeia Pinhal Novo/Poceirão até Elvas-Badajoz, com ligações aos portos de Setúbal e de Sines.
Álvaro Santos Pereira, ministro da Economia, garantiu que o Governo está a trabalhar no sentido de lançar o concurso público para a construção da ligação ferroviária em bitola europeia no primeiro trimestre de 2014.
"A ferrovia tem de ser um meio de grande aposta no futuro", defendeu o governante referindo que o transporte ferroviário em bitola europeia será um meio de "baixar os custos" das exportações. Os planos de "expansão significativa do porto de Sines" foram também realçados.
Quando a subida imparável do petróleo começar a fazer parar as frotas TIR e a aviação comercial que não tiver realizado a transição low cost (caso da TAP), só os barcos e os comboios serão competitivos. É por isso que, a par da urgente desburocratização do país e da urgente necessidade de travar o ímpeto dos 'banksters' e rendeiros indígenas, as prioridades económicas de Portugal são basicamente estas:
- ligar a rede ferroviária portuguesa à Europa, o que exige, sem qualquer subterfúgio e já, a migração das nossas principais linhas ferroviárias para a bitola europeia;
- apetrechar, modernizar e educar os nossos portos e seus sindicatos;
- adiar sine die a construção de novos aeroportos;
- preparar a transição dos atuais sistemas de proteção social e pensões, do SNS e do sistema educativo para modelos descentralizados e desburocratizados de organização e autonomia, regidos por lógicas comunitárias, com negociação e definição locais dos modelos económico-financeiros e de gestão mais adequados à obtenção de resultados competitivos e sustentáveis.
- levar a cabo um plano nacional de eficiência energética, com prioridade imediata para todos os edifícios públicos, incluindo o parque escolar e os parques habitacionais camarários.
- encerrar todos os serviços públicos inúteis, bem como todas as empresas, institutos, fundações e outras entidades que dependam do orçamento de estado, fazendo depender de uma reavaliação minuciosa a retoma do financiamento fiscal destas entidades;
- criar agrupamentos municipais com base nas NUTS-III, com competências essencialmente técnicas e de coordenação estratégica supra-municipal, as quais passarão a receber metade de todas as transferências do OE encaminhadas para o Poder Local. Por esta via se fará uma reforma autárquica que não interfere na identidade dos concelhos, mas obriga a que estes ganhem maior eficiência e coordenação, suprimindo-se multiplicações e sobreposições burocráticas de administrações e interesses partidários.
- renegociar firmemente todas as PPP dos transportes, energia, águas e saneamento, tratamento de resíduos e saúde, não excluindo a possibilidade do resgate parcial ou total das mesmas.
- simplificar radicalmente a legislação económica, financeira e fiscal.
- criar um banco de fomento dirigido às muito pequenas, pequenas e médias empresas, assim como aos pequenos negócios, empresas e associações económicas em meios urbanos e rurais.
Le pétrole coule à flots, pour le meilleur et parfois pour le pire — Le Devoir.
L’Amérique du Nord carbure au pétrole et sa propre production d’or noir connaît une croissance marquée, au point où les dirigeants politiques espèrent «l’autonomie énergétique» d’ici quelques années. Cette nouvelle réalité implique une hausse fulgurante du transport par trains et par oléoducs du pétrole venu de l’ouest. Avec tous les risques que cela comporte.A pressão sobre o consumo de petróleo tem duas consequências: o preço continua a subir apesar do aumento da produção, pois a produção do crude de xisto, das areias betuminosas, extra-pesado e aprisionado na profundidade dos mares é muito mais caro, passando os cuidados de segurança do respetivo transporte para segundo plano. De qualquer modo, o transporte ferroviário está em alta nos EUA e Canadá. Quando Warren Buffett decidiu investir em massa na ferrovia americana, em 2009 (Warren Buffett buys railroad giant Burlington for $26.3B—USA Today), bem sabia o que estava a fazer.
Em Portugal, as linhas de caminho ferro que atravessam o país em direção a leste terão que mudar de bitola e de sistemas de sinalização e alimentação elétrica, de acordo com a estratégia da UIC, de que a Refer faz parte, dando lugar a novos serviços claramente articuladas com a nova rede espanhola e transpirenaica de transportes ferroviários para pessoas e mercadorias, tecnologicamente avançados, eficientes e competitivos — ultrapassando assim o isolacionismo que ainda podemos constatar pela simples observação do caduco mapa ferroviário português. A bitola europeia (UIC) serve já boa parte da rede europeia e euro-asiática e é interoperável com as redes de metropolitano, potenciando desta forma a melhoria e eficiência dos serviços de mobilidade urbana, suburbana e interurbana. Este é o tipo de crescimento estratégico de que precisamos com máxima urgência. Além de gerar dezenas de milhar de novos postos de trabalho tecnicamente avançados e duradouros, preparará o sistema circulatório da nossa economia para a era pós-petrolífera. O petróleo barato acabou e o fim desta era acabará também com a prevalência absoluta do transporte rodoviário e aéreo sobre todos os outros.
António Cerveira Pinto
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