Moreira Rato. Foto: Miguel Manso |
Se houver um novo resgate o mais provável é que os detentores de certificados de aforro percam dinheiro. Muito dinheiro!
É conveniente perguntar ao governo se estes instrumentos de financiamento da impagável dívida portuguesa estão a salvo dum assalto por parte dos piratas que mandam no estado (haircut), isto é, se são ou não produtos subordinados.
25 mil portugueses têm mais de 100 mil euros em certificados — Jornal de Negócios, 14/8/2013 - 00:01 WET.
Chegam notícias de que há muito boa gente que está a desfazer-se destes supostos instrumentos de poupança.
Para quem não saiba, em caso de uma reestruturação da dívida pública portuguesa, ainda que limitada, a qual tem fortes possibilidades de ocorrer em 2014-2015, tal como na Grécia, ou em Chipre, haverá um perdão parcial da dívida, o qual significa um corte nos rendimentos esperados de quem emprestou dinheiro ao estado, comprando títulos de dívida pública, certificados, etc.
Há, no entanto, um pormenor a fixar: os cortes não serão iguais para todos!
A menos que o governo nos garanta o contrário, existirá provavelmente, em caso de novo resgate, aquilo a que se chama uma subordinação entre credores, ocupando o BCE o topo da lista (a salvo de qualquer haircut) e os vulgares aforradores que pensaram escapar aos juros negativos dos depósitos, que sofrerão uma perda de rendimentos a qual poderá ir, em teoria, até aos 50% ou mais. Na Grécia os privados levaram uma carecada de 53,5%!!!
Cuidem-se, pois, os detentores particulares de dívida pública portuguesa.
Pelo despesismo escancarado das autarquias e dos partidos em vésperas de eleições, e do futuro despesismo escancarado do governo e dos partidos a caminho das eleições europeias, em 2014, somados à recessão que voltará a afocinhar o país depois do verão, tudo poderá acontecer.
E o pior também!
António Cerveira Pinto
para o Partido Democrata
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