sábado, 27 de julho de 2013

Afinal quem mentiu?

Chamavam-lhe Pinóquio, por algo...

A minha mentira é melhor que a tua!
“Tínhamos conhecimento de 146 ou 147 operações e acabaram por ser analisadas mais de 250, porque foi preciso ir à procura do histórico” — Maria Luís Albuquerque.
A 'esquerda' corporativa pretende desviar a atenção dos eleitores para uma suposta mentira dita por Maria Luís Albuquerque no parlamento das araras. A ministra, de facto, não mentiu, como adiante se demonstrará. Assim, o que na realidade a 'esquerda' corporativa pretende com mais esta manobra de diversão é, por um lado, manter António José Seguro sob pressão, contra as potenciais virtualidades das reuniões entre os partidos do Memorando promovidas por Cavaco Silva e, por outro, com este sórdido cerco de cagarras movido contra a atual ministra das finanças, o que a 'esquerda' corporativa quer é esconder da opinião pública as suas pesadas responsabilidades na celebração de quase 245 SWAPs clandestinos. Clandestinos, sim, pois só na clandestinidade teria sido possível ocultar tamanha despesa pública ruinosa do orçamento de Estado e da dívida pública.

A esmagadora maioria dos SWAPs que serviram para permitir ao estado português sobre endividar-se, enganando Bruxelas, o BCE e os portugueses, permitindo a José Sócrates aumentar salários e fazer a despesa perdulária que agora estamos a pagar com língua de pau, não foi comunicada na chamada 'pasta de transição' que o ministro Teixeira dos Santos entregou a Vítor Gaspar.

O ex-ministro das finanças teve o cuidado de não anexar nenhum documento escrito sobre esta matéria criminosa na 'pasta de transição' que entregou ao seu sucessor, limitando-se a uma conversa informal sobre o assunto, e explicando porventura ao seu sucessor que havia um dossier algures que exigiria especial cuidado, atenção e muita discrição.

Acontece, porém, que a Troika exigiu conhecer toda a porcaria produzida pelo governo 'socialista', e depois exigiu também que a porcaria passasse a contar para o apuramento da real dívida pública portuguesa. Foi nesta altura que a bronca começou a ferver em lume brando, até rebentar.

Maria Luís Albuquerque, enquanto secretária de estado de Vítor Gaspar, procedeu à renegociação dum dossier verdadeiramente explosivo, envolvendo o governo de Portugal (capturado por piratas) e os maiores bancos financeiros do planeta: Goldman Sachs, JP Morgan, Merrill Lynch, Crédit Suisse, Deutsche Bank, Santander, Barclays, ABN Amro e BNP Paribas, todos eles, aliás, envolvidos no financiamento clandestino do estado português (grego, etc.) através de variedades exóticas de SWAPs, especialmente desenhados para passarem despercebidos junto do Banco de Portugal, do Tribunal de Contas, do Eurostat e do parlamento das araras, claro.. 

O assunto é de uma enorme gravidade. E se alguém deve ir preso pelos vários crimes implícitos nestas operações, a lista teria que ser necessariamente encabeçada por José Sócrates e Teixeira dos Santos — nunca pelos boys & girls a quem o Bloco Central sugeriu que desencantassem, onde fosse preciso, a massa para alimentar empresas públicas feridas de insolvência, projetos sem financiamento à vista, e máquinas partidárias vorazes.

Em desespero de causa, a 'esquerda' corporativa desencantou uma profusão de e-mails sobre SWAPs (do anterior governo, sublinhe-se) enviados por um diretor-geral à então secretária de estado Maria Luís Albuquerque. Sabe-se que Maria Luís pediu mais esclarecimentos sobre o assunto, e sobre omissões de contratos. Com o passar do tempo e das investigações, necessariamente discretas, apuraram-se não 146 contratos, mas mais de 250! E sabe-se também o óbvio: um diretor-geral não faz parte de qualquer governo, nem é responsável pelas decisões governamentais.

Maria Luís Albuquerque mentiu? Não! 

Quem mentiu e omitiu mais de 250 contratos clandestinos, alguns dos quais criminosos, do conhecimento do atual governo e sobretudo do povo português, já para não falar da União Europeia, foram várias criaturas do anterior governos, algumas da quais, como Carlos Zorrinho (o homem das barragens assassinas do Sabor e do Tua), aparecem agora no pelotão da frente do coro de cagarras contra a atual ministra das finanças.

A fronda neo-jacobina promovida por Mário Soares e José Sócrates, com a colaboração indigente do PCP, do Bloco e de boa parte dos empenhados jornalistas da nossa imprensa escrita e audiovisual, serve sobretudo para proteger a ‘esquerda’ corporativa do regime e alguns notórios piratas. 

A manobra contra Maria Luís Albuquerque é, aliás, a prova provada de que a 'esquerda' corporativa apenas pretende criar uma cortina de fumo sobre os milhares de milhões de euros de endividamento escondido (desorçamentado) gerados pelo governo Sócrates, sob o manto hipócrita dos ditos SWAPs especulativos. 

O governo de José Sócrates e o PS não prestaram nenhuma informação nos termos formalmente devidos à maioria e ao governo actuais. Teixeira dos Santos limitou-se a uma conversa de café sobre o tema, que veio agora relatar, não fosse afogar-se numa Swapilândia de que foi um dos principais responsáveis políticos.

António Cerveira Pinto

2 comentários:

  1. Amigo,

    Todos sabiam dos swaps; o TdC avisou em 2008.

    PS, PSD, CDS,PC, BE, todos sabiam. O relatório foi enviado à AR.

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  2. Todos sabiam... como é costume, TODOS querem é ENCAPOTAR a verdade num manto de fumaça! Fazer tudo PARECER muito confuso: confuso demais para qualquer explicação lógica... E O POVINHO CONTINUA A PAGAR! A pagar a quem? À MEGA BANCA ESTRANGEIRA!

    Esses sim, são os nossos verdadeiros carrascos! Fizeram centenas de contratos CRIMINOSOS, mas a eles o pagamento de regalias não pode parar!!

    Estes que agora lá estão (e estão de saída, não se enganem) têm como função MANTER as aparências e, pior, O FINANCIAMENTO DA MEGA BANCA ESTRANGEIRA!

    E quando estes que lá estão já não tiverem CARA DE PAU para EXIGIR MAIS SACRIFÍCIOS aos portugueses (para manter o pagamento das regalias À MEGA BANCA ESTRANGEIRA) ELES MESMOS tratarão de lá colocar QUEM O FAÇA!

    Um belo exemplo disto é o ESCANDALOSO desenvolvimento que vimos na GRÉCIA, quando o ministro George Papandreou DECIDIU levar a questão da Dívida a discussão pública democrática, FOI IMEDIATAMENTE SUBSTITUÍDO por um... BANKEIRO proveniente das altas esferas da MEGA BANKA ESTRANGEIRA!!!

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